Na eleição, a hora dos Médicos

17/10/2014

Na eleição, a hora dos Médicos

17/10/2014

O que vem acontecendo no País é algo nunca visto. Médicos, estudantes de medicina, familiares, amigos, pacientes, todos numa corrente poderosa, em militância fervorosa, em defesa da profissão, da saúde pública, e em condenação ao programa mais médicos e suas trapaças, como fraude jurídica em simulação de ensino, negação de direitos trabalhistas, importação de trabalhadores da saúde em regime análogo à escravidão, que não sabemos sequer se são médicos, impedimento do conselho de registrar esses profissionais, a maioria cubanos, usados para repasses financeiros â ditadura castrista. A eleição para presidente adquiriu para os médicos a importância vital de um julgamento. O governo federal está sendo julgado por todas as afrontas dirigidas à categoria, e por todas as tentativas de destruir a profissão médica, tentando fatiar suas atribuições ou mesmo vilipendiar a categoria taxada de descompromissada com o povo, elitista, burguesa.
No primeiro turno, como uma maldição, Padilha, Rogério Carvalho e Mozart Sales viram sua ira contra os colegas médicos desaguarem em derrotas estrondosas nas urnas de seus estados, São Paulo, Sergipe, Pernambuco, com seus médicos em intensa militância negou a esses postulantes a continuidade de seus delírios contra os médicos brasileiros.
Da mesma forma, o trabalho e a militância dos médicos consagrou nas urnas de Goiás e Mato Grosso do Sul os nomes de Ronaldo Caiado e Mandetta, entre outros que defenderam, contra a insanidade do governo federal, os médicos, que se viam triturados pela máquina do marketing, numa ação que não diferia das máquinas de propaganda do nazismo ou do fascismo.
Agora chegamos ao segundo turno. O confronto entre a candidatura de Aécio Neves, com seus compromissos de carreira médica, revalida, direitos trabalhistas, e a da presidente Dilma, com a farsa do mais médicos, estão em julgamento, e têm levado a categoria médica a uma união nunca vista. Há o sentimento de que é hora de resgatar a profissão de toda perseguição que lhe foi movida, mas esse sentimento se mistura com todo ideário a favor da democracia, do mérito, a favor da livre iniciativa, da liberdade de pensamento, de imprensa, de opinião, contra alinhamento com ditaduras e países que oprimem direitos, a favor da justiça social, mas contra privilégios ou esmolas que compram consciências e geram dependência.
Mais do que uma luta corporativa, a eleição, para os médicos, se tornou uma luta para fazer nascer das urnas um País, onde haja um reencontro do Estado com a Sociedade, da Nação com o seu povo. Esse, essencialmente constituído por todos e não grupos segmentados, divididos, estimulados a se jogarem contra outros, em uma disputa fratricida, porque há partidos que entendem que para prevalecer é preciso eliminar o contraditório, e nada melhor para isso do que o estímulo ao ódio contra os outros, com favorecimentos, apresentando o outro como uma ameaça à esses favorecimentos, criando a dependência a esses favorecimentos e a partir daí sequestrando as consciências e a liberdade de pensamento, agora escravas do medo de perder privilégios.
Não sabemos ao certo quem vencerá as eleições, mas o processo eleitoral em si, permitiu aos médicos um amadurecimento nunca visto. Aprendemos a defender nossas ideias e a lutar por elas, perdemos o medo de dizer no que acreditamos. O pesadelo de sermos taxados de egoístas, corporativistas, burgueses, tudo porque temos uma visão que afronta os donos do poder, deu lugar à alegria de ver renascer todo ideário que têm acompanhado os médicos ao longo de nossa história. Justiça social sim, mas valorização do estudo, do trabalho duro, do mérito, da competência, proteção social sim, mas balizada em oportunidades iguais, não privilégios, Democracia, acima de tudo, nojo a todas as formas de ditadura ou associação a ditaduras, Liberdade, de pensamento, de opinião, defesa do cidadão como sujeito da história e não produto do estado, defesa de um estado que organize a sociedade com regras, mas que não tutele a criatividade, nem obstaculize a livre iniciativa. Em que os serviços públicos oferecidos sejam de qualidade, onde a corrupção e os mal feitos sejam punidos, onde ninguém se aproprie do que não é seu ou se julgue merecedor do que é do outro, que investiu estudo, esforço e trabalho para alcançar ou possuir.
Mais, muito mais do que a luta corporativa ou setorizada na melhoria da saúde, os médicos querem ver nascer da urnas de 2014, um País que olhe seguro para o futuro, com Democracia, Liberdade, Oportunidades, Educação, Segurança, Saúde, Respeito ao Meio Ambiente, aos Direitos Humanos, Honestidade, Fraternidade, Justiça, onde corruptos e malfeitores paguem por seus erros. Um País que Acredite e invista na Ciência e na técnica, e a ponham a serviço da sociedade. Onde a Ética impere e acima de tudo se respeite o Cidadão em sua individualidade e singularidade, objeto da existência e razão de ser do Estado.

Dr. Geraldo Ferreira – Presidente Fenam e SinmedRN
 

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